O Mounjaro, nome comercial da tirzepatida, representa uma inovação significativa no tratamento do diabetes tipo 2 e, mais recentemente, no controle de peso. Trata-se de um medicamento injetável que tem ganhado destaque mundial por sua eficácia superior em comparação a outros fármacos da mesma classe, como o Ozempic (semaglutida).
Além de seus efeitos comprovados na redução dos níveis de glicose no sangue, o Mounjaro tem se mostrado altamente eficaz na perda de peso, o que tem levado à sua investigação para o tratamento da obesidade, mesmo em indivíduos não diabéticos. Este texto aborda, com base científica, todos os aspectos fundamentais sobre o Mounjaro: como funciona, seus benefícios, riscos, como obtê-lo no Brasil e o que dizem os estudos clínicos mais recentes.
Principais benefícios
- Controle da glicemia
- Melhora na sensibilidade à insulina
- Perda de peso
- Redução da fome
Mecanismo de ação
A tirzepatida é um fármaco capaz de acionar os receptores GIP e GLP-1, que regulam a saciedade e a digestão. Assim, consegue uma ação mais completa sobre o metabolismo do paciente, promovendo uma maior secreção de insulina após refeições, redução do glucagon (hormônio que eleva a glicose no sangue), retardamento do esvaziamento gástrico e reudção significativa da fome e ingestão calórica. A administração é feita uma vez por semana via injeção subcutânea, sendo indicada para uso contínuo conforme orientação médica.
Estudos clínicos
O Mounjaro foi extensivamente testado em uma série de estudos clínicos chamados SURPASS, que avaliaram sua eficácia e segurança em diferentes populações de pacientes com diabetes tipo 2, em comparação com outros medicamentos para diabetes. Os principais resultados incluem uma redução de até 2% na hemoglobina glicada, exame que mede os níveis de açúcar no sangue em um período de até 3 meses, e perda de até 9,5kg. Os resultados também indicaram uma maior eficácia do Mounjaro que o Ozempic.
Riscos potenciais
Como todo medicamento, a tirzepatida pode provocar alguns efeitos adversos, como náuseas, vômitos, diarreia ou constipação. Alguns efeitos mais graves, porém menos frequentes, incluem problemas no pâncreas ou baixo nível de açúcar no sangue. Assim, o uso desse medicamento é contraindicado para pacientes com histórico de problemas na tireoide, mulheres grávidas e lactantes, pessoas com sensibilidade ao ativo ou que façam uso de medicamentos hipoglicemiantes ou de liberação prolongada.
Protocolos de saúde
As principais entidades médicas reconhecem o potencial da tirzepatida. A Associação Americana de Diabetes, por exemplo, já recomenda o uso do medicamento para o tratamento da obesidade com riscos cardiovasculares. A Sociedade Brasileira de Diabetes, no entanto, ainda não incorporou formalmente o medicamento no protocolo de tratamento, mas discute o uso em casos específicos. Ainda assim, alguns endocrinologistas indicam especialmente para pacientes com obesidade grave ou resistência ao tratamento convencional.
Considerações
Existem diversos relatos positivos sobre o uso desse medicamento, em que os pacientes afirmam ter contribuído para a perda de peso, redução do apetite e aumento da autoestima. Além disso, diversas informações podem ser encontradas na internet — mas é preciso se atentar para identificar as verdadeiras e as falsas. Alguns mitos associados ao mounjaro incluem, por exemplo, a associação entre o uso do medicamento e casos de câncer, sendo que essa associação não foi comprovada cientificamente.
Desse modo, a conclusão é que o medicamento é eficiente e um marco para a endocrinologia moderna, mas exige prescrição e acompanhamento. Seu uso, da maneira correta e consciente, pode ser um facilitador na vida de pessoas com diabetes e obesidade.